Auto-estradas e afins
Engraçado como o coração consegue alterar a percepção do nosso cérebro…mas engraçado também é a forma como tentamos enganar-nos a nós e a outros, tentando conseguir acreditar que tudo já passou.
Nem sei por vezes o que sinta. Se é verdade que naquela noite me senti optimamente por tudo aquilo, também é verdade que há dias em que não consigo sorrir, não verdadeiramente.
Também eu sinto que há uma estrada, o único problema é que sou eu quem está no meio dela, a tentar desviar-me do trânsito, a tentar encontrar uma forma de sair… talvez a saída seja simplesmente desaparecer, deixar de tentar sair.
Correm-me lágrimas, simplesmente porque sinto o meu coração a tentar alterar a realidade para que por um simples dia eu consiga sorrir como antigamente… pobre músculo carregado de sentimentos, que ainda tenta enganar-se acerca duma realidade que há muito deixou de ser feliz, que já há muito deixou de ser realidade.
Em termos mitológicos, se Prometeu foi sentenciado a ter uma águia a comer-lhe o fígado todos os dias, eu tenho uma deusa a arrancar-me o coração e a voltar a faze-lo bater, e porem, o “musculozinho” continua na sua eterna tentativa de mudar o presente para passado. Não o censuro, também eu gostava de o poder fazer, ou pelo menos tentar, mas o cérebro, infelizmente, compreende melhor a vida do que o coração…
No meio de tudo isto, sou ainda presenteado com a estúpida ilusão de que algum dia vou receber o merecido por sofrer o que sofro…como se algum dia isso fosse acontecer, começo a duvidar seriamente, não só por mim, mas por outra pessoa também.
No fim de contas, tudo aquilo que eu digo não inspira que chegue, excepto se for outra pessoa a dizer o mesmo, porque ai já não magoa terceiros e pode ser divulgado, portanto por vezes mais vale calar e talvez ouvir, magoa-me a mim, mas pelo menos não gasto palavras vãs a falar sobre coisas que sei que apesar do que diga há outro coração que não gosta muito do seu cérebro, e por isso tem uma definição de realidade igualmente distorcida e também tenta enganar aquela “coisinha” cinzenta que tem ideias, dizendo-lhe que não sente coisas que no final não são bem verdade.
Se analisarmos bem tudo isto, chegamos então a conclusão que às vezes, por muito que queiramos, há coisas com as quais não podemos interferir, e a cegueira humana acaba por ser uma delas…talvez seja da chuva, ou da vontade tão grande de olhar ao longe, ate ao outro lado da estrada, quando há pormenores entre essa distância que valem bem mais a pena perder tempo a observar, nem que seja pela simplicidade com que lutam para sobreviver a algo que se tornaria mais fácil se deixassem de tentar, e mesmo assim o coração continua a tentar convencer um cérebro “enevoado” que aquilo que sente esta do outro lado e não algures entre esse caminho, apesar de saber que talvez essa não seja a historia completa.
No fim disto tudo, o que ainda me lixa mais é que por mais que alguns façam, há outros que apesar de nada fazerem são considerados herois va-se la saber ao certo porque, e recebem expressoes como "só tu" e assim...alegra-me ver que há balanço na realidade!
Por amor de Deus, se o relogio parou realmente, então enfiem-no numa gaveta e deixem-no sossegado...ja que as certezas sao tantas de que "so tu" fazes sorrir, "so tu" alegras, entao "so tu" podes por pilhas no relogio...mas noutro relogio, que aquele só um tem a chave para por a trabalhar...
Começo a achar que há dias em que mais valia fechar os olhos…
Ah, e já agora... "obrigadinho"!
1 comentário:
Nao vou fzer comentarios... nem agradaveis, nem menos agradaveis... sabes melhor k ninguém k metado d k dzes, é o k sinto tb... e ja agora, para mim, nao "ha dias" em que me apetece fechar os olhos, ha "todos os dias" a achar que exa é unica saida!
abrigada
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